

Ser prisioneiro de uma imagem,
Que te absorve como uma droga.
Penso naturalmente e logo sinto aquela ânsia mental.
Lá vem o vício... Corre em minhas veias,
Estremeço!
Não sou mais eu...
A imagem se funde em minha mente,
Num ritual amoroso.
Me calando em meu silêncio...
Desesperadamente...
A minha máscara,
Ela não mais me esconde, ela está transparente para ti...
Me deixando inteiramente nua em meus sentimentos,
Em uma entrega silenciosa...
Tudo isso não requer a sua presença, muito menos o seu querer...
Há uma liberdade prisioneira.
Um olhar que se prende e nada vê.
Um olhar fixo, detalhando a imagem.
Pois, o afetivo faz com que nos sintamos presos nesta liberdade abusiva,
Olhar descaradamente, sem refletir.
Vamos jogando em nossa mente detalhes dessa imagem tão querida.
E quando fechamos nossos olhos...
Bom, ela está lá perfeitinha...
Sorrindo...
A imagem te quer e fantasiamos...
Gente, tudo isso é uma loucura!
Minha carta assinada para que me internem...
Entusiasmo sem nexo.
desorganização.
Descontrole.
Insanidade.
Deixo de ser egocêntrica, para inundar a pura contemplação do objeto...
E ele deseja ser invadido por ela...
As páginas são viradas...
A arte se completa.
E digo que não é necessário ter a resposta deste sentimento.
Pois a poesia já foi escrita.
Nasceu de uma idéia,
E morre aqui.
Puro contentamento.
Máscara negra.
De silêncio absoluto.
Sem exigências...
Processo natural.
Crime da paixão.
Me liberto dessa prisão.
Sou absolvida!
Ainda ouço a mesma música.
Mas não faz mais sentido.
A minha mente foi liberta...
A imagem?
Ela se fragmentou...
Perdeu a força.
Eu corro na chuva, sorrio em meu sorriso largo.
E me aconchego novamente em minha imagem egocêntrica.
Totalmente rosa...
Mascarada!
Simone Leite Gava
O pensamento voa sem limites...
Querendo pousar...
Exigindo um descanso...
As asas se cansam,
Mas não quer parar em sua busca...
Silenciosa!