quinta-feira, 22 de maio de 2008

Máscaras



Muitas vezes nos sentimos sozinhos em muitos lugares...
Com nossos medos e receios colocamos sempre uma máscara...
Escondemos nossos sentimentos atrás dessa máscara...
Escondemos nosso próprios "EU", para viver muitas vezes a vontade de um alguém ou até do próprio sistema...
Me sinto mascarada, entregue a uma paixão prisioneira, escondendo-me de ti, de mim, de alguém que se aproxima...
Muitas vezes estou aqui necessitando de um alguém, o telefone toca, e eu ainda não estou disponível, então novamente coloco a máscara... e atrás dela eu choro, mas para vc que me olha eu permaneço sempre igual...
Você não sabe meu sofrer, meu desejo...
Não percebe, pois eu ainda escondo de ti...
Sinto a necessidade de me esconder...
E você nunca tira a sua máscara e assim vamos olhando sempre o superficial...
Pois a essência...
Ela está guardada para uma entrega maior...
Você não pode se entregar...
Esta é a razão da máscara...

Eu estou aqui... Mesmo mascarada... Ainda esperando...

Em meu... Silêncio Absoluto

sábado, 3 de maio de 2008

Segredos amarelos...amor amarelo!

Jogo da amarelinha

Toco a tua boca, com um dedo toco o contorno da tua boca, vou desenhando essa boca como se estivesse saindo da minha mão, como se pela primeira vez a tua boca se entreabrisse e basta-me fechar os olhos para desfazer tudo e recomeçar. Faço nascer, de cada vez, a boca que desejo, a boca que a minha mão escolheu e te desenha no rosto, uma boca eleita entre todas, com soberana liberdade eleita por mim para desenhá-la com minha mão em teu rosto e que por um acaso, que não procuro compreender, coincide exatamente com a tua boca que sorri debaixo daquela que a minha mão te desenha.

Tu me olhas, de perto tu me olhas, cada vez mais de perto e, então, brincamos de cíclope, olhamo-nos cada vez mais perto e nossos olhos se tornam maiores, aproximam-se, sobrepõem-se e os cíclopes se olham, respirando indistintas, as bocas encontram-se e lutam debilmente, mordendo-se com os lábios, apoiando ligeiramente a língua nos dentes, brincando nas suas cavernas, onde um ar pesado vai e vem com um perfume antigo e um grande silêncio. Então, as minhas mãos procuram afogar-se nos teus cabelos, acariciar lentamente a profundidade do teu cabelo enquanto nos beijamos como se tivéssemos a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de fragância obscura. E, se nos mordemos, a dor é doce; e, se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo de fôlego, essa instantânea morte é bela. E já existe uma só saliva e um só sabor de fruta madura, e eu te sinto tremular contra mim, como uma lua na água. (O Jogo da Amarelinha. Julio Cortázar.)





...





Vem meu bem, meu doce segredo amarelo... Amarelo como mel, em sua suavidade, transparência e sabor...

Amo-te colorindo-te de amarelo... meu doce... meu mel... meu desespero... meu sol.

Ainda me tens...

S.A. para A.S.