quarta-feira, 8 de julho de 2009

Causos Femininos



Causos femininos

Conversas de um universo feminino totalmente desprogramado.

Em meu caminhar, algumas paradas me foram necessárias.
Para mim, a última arrancou meu coração, e sei que eu não posso me permitir essas paradas novamente.
No escuro deste quarto sinto a hora passar e meus olhos abertos tentando olhar algo que realmente fugiu do meu controle.
Para mim foi tão intenso, que pensei que a minha hora tinha chegado.
Quarto escuro. Ouvia somente o respirar, eu nada via; lágrimas corriam incessantemente; meu coração quase não agüenta, tive uma dor muito forte, sei que fui protegida, pois eu nada poderia fazer, meu corpo reagia e se entregava.
Estremeci, eu estava distante, em outro mundo.
E cada segundo era para mim um tormento.
Coisas inesperadas para uma mulher.
Eu queria correr para o meu cantinho...
Aquele canto que só é permitido para estes meus momentos de desproteção.
Um abandono mesmo.
A minha insanidade assinada.
Olhei para minha imagem no espelho; me via como uma criança, as lágrimas novamente encontravam o seu caminho, ia me vendo através do espelho, passei a mão em meu rosto e vi as marcas da minha idade.
Me senti boba.
No caminho eu me deixei estar em perigo, e me apaixonar.
Não me peça realmente para esquecer.
Como um botão que liga e desliga.
Ainda está ligado, permitirei que fique ligado.
O meu querer eu preservo, me mantenho em um silêncio novamente absoluto.
Desconecto seu nome da minha lista, somente para eu me reestabelecer.
Para que meu corpo não reflita meu desespero romântico.
Meu corpo tenso, nesta viagem de emoções se rende nesta escravidão eterna.
Encontrar um amor é coisa rara.
É, a gente enlouquece e deixa ser arrebatado nesta aventura de amar.
Amar secretamente ou eternamente, sentir saudade estas coisas são inevitáveis.
Respeitei seu querer, sei que a razão passou uma rasteira neste velho coração.
E despedidas são realmente idiotas.
Queria somente passar a mão nos seus cabelos e ver o seu sorriso.
E eu continuo novamente sozinha nesta viagem longa.
Olho para frente, nada vejo e nem quero ver também, só quero fechar meus olhos e adormecer...
O meu amanhecer acontecerá, ainda não programei o dia para isso acontecer.
O quarto ainda está escuro, sinto a mesma respiração, e me entrego novamente neste rio de lágrimas.
...

08 de julho de 2009.

Simone Leite Gava



3 comentários:

HAMILTON BRITO... disse...

SANTA CRUZ DO RIO PARDO, ISTO NAO PODE SER TÃO SOMENTE ABSTRAÇÃO...PARECE TÃO REAL...

HAMILTON BRITO... disse...

última postagem em 8 de julho? qual a razão de nos privar dos seus textos inteligentes e poéticos? o que estão fazendo contigo? Se podes deixar para amanhã o que terias que fazer hoje, então já deixa para depois de amanha e nos brinde com uma linda poesia; uma poesia, que tão bela, ofusque a tua própria beleza.

Sofia Leite - Poesias disse...

Maravilha!